Lisboa, 18 Abr 2009 (Agencia Lusa) - A decisão dos deputados à Assembleia da República de deixarem de chamar autistas aos seus pares foi a primeira decisão tomada no Parlamento português suscitada pelo Twitter, uma espécie de mini-blogue cuja utilização tem crescido avassaladoramente no mundo nos últimos meses. A questão foi colocada pela mãe de um autista numa conversa através daquela chamada “ferramenta” social - onde se pode escrever 140 caracteres de cada vez que ficam imediatamente disponíveis - com o deputado Jorge Seguro a 25 de Março.
Ana Martins, 45 anos, autora de livros e textos vários sobre autismo, pediu ao parlamentar socialista se “os senhores deputados quando se estão a mimosear entre pares seria possível não se denominarem AUTISTAS”, de acordo com a troca de mensagens a que a Agência Lusa teve acesso. Jorge Seguro reencaminhou o “desafio” para outros deputados que também usam o Twitter e seria Luís Carloto Marques a formalizar a proposta ao presidente da Assembleia da Republica, Jaime Gama, que a levaria à conferência de líderes parlamentares, onde seria aprovada por unanimidade. “É a primeira vez que se toma uma decisão no Parlamento português suscitada por um cidadão que interpelou um deputado através do Twitter”, disse à Agência Lusa o jornalista Paulo Querido, que acompanha com especial atenção o desenvolvimento das novas redes sociais na Internet.Luís Carloto Marques, deputado do Movimento Partido da Terra eleito nas listas do PSD, revelou à Lusa que há alguns meses vinha recolhendo exemplos de utilização no Parlamento de termos depreciativos e conclui que nos últimos quatro anos as palavras “autista” e "autismo” constavam em 157 páginas de 123 edições do Diário da Assembleia da República. O facto do “desafio” ter sido feito próximo do dia 02 de Abril, Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, veio acelerar a iniciativa que Carloto Marques disse ter prevista.
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