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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Crianças com Asperger: Vítimas ou génios?

Em Portugal, há cerca de 40 mil casos diagnosticados da doença, entre crianças e jovens. Todos frequentam o ensino regular, mas muitas vezes são incompreendidos quer pelos professores quer pelos colegas.
Por serem crianças pouco sociáveis, que nunca olham nos olhos, são, algumas vezes, vítimas de “bulliyng” (violência).
Maria Piedade Monteiro é presidente da Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger (APSA) e é na primeira pessoa que conta a sua experiência, pois o seu filho de 17 anos sofre desta patologia.

“Estas crianças são extraordinariamente sensíveis e alvos de «bulliyng» e é preciso chamar a atenção dos pais, dos professores e do pessoal auxiliar. A base é a incompreensão”, afirma, acrescentando que os doentes de Asperger (a forma mais ténue de autismo) se sentem muito incompreendidos.
Mas há também o outro lado. O embaixador britânico em Lisboa, Alex Ellish, tem um filho com Asperger – Alexander, de doze anos. O pai diz que agora está tudo bem, sendo o seu futuro igual ao de todos os outros rapazes: uma incógnita.
As crianças que têm Asperger são muito inteligentes e dedicam-se muito ao que gostam. Por isso, afirma a professora Alda Rodrigues, se lhes for dada essa possibilidade, podem torna-se génios nessa área.Quanto aos apoios, a APSA lamenta que sejam insuficientes, sobretudo para os doentes com mais de 16 anos, que começam a ser mais independentes.

Uma “Casa Grande” para os doentes de Asperger

A APSA continua a tentar pôr de pé um projecto de longo prazo, que servirá para acompanhar jovens e adultos com a síndrome de Asperger.
Trata-se da "Casa Grande", um edifício que está a ser recuperado num terreno cedido pela Câmara Municipal de Lisboa, na zona de Benfica.
"Quero que essa casa seja a casa de cada Asperger, porque eles vão ser responsáveis pelo seu projecto. Vai ser um centro de actividades ocupacionais, um centro de formação e de emprego", explica a presidente da associação.

A "Casa Grande" terá diversas valências, como cafetaria, lavandaria, reprografia, um espaço para estudantes e uma área informática.
"Em todos estes espaços, eles podem ter formação, mas também serem empregados e é mais ou menos esse o esquema da nossa casa, que terá também uma residência temporária autónoma", adianta Piedade Monteiro.
Enquanto a "Casa Grande" não está de pé, a APSA prepara-se para, no próximo dia 23 (terça-feira), inaugurar um quiosque, no Parque da Granja, em Benfica, que servirá como "uma primeira abordagem à população" na divulgação da síndrome de Asperger.

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1 comentário:

  1. Muitas parabéns pela iniciativa. Boa sorte D.M.Piedade Monteiro, oxalá concretize esse projecto. No Porto também existe esta "Casa Grande"? gostava de saber. Um abraço amigo

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