Vinte cinco crianças com necessidades educativas especiais em Castelo Branco correm o risco de não vir a usufruir do apoio em psicomotricidade. A Presidência da República e o Ministério da Educação já foram informados da situação. Os pais não sabem o que fazer.
27 de Agosto de 2009 às 11:21h
Vinte cinco crianças de Castelo Branco com necessidades educativas especiais (NEE) vão deixar de receber aulas de piscomotricidade. Tudo porque não foi atribuída mobilidade a um dos docentes responsáveis pelo projecto intervenção na área da psicomotricidade, o qual existe desde 2000 e que tem acompanhado várias dezenas de crianças de diferentes escalões etários. A situação já foi comunicada à Presidência da República, Ministério da Educação e Direcção Regional de Educação do Centro, através de uma carta assinada pelos pais das crianças.
As crianças, que sofrem de patologias tão diferentes como Síndrome Fetal Alcoólico; Síndrome de Osteodistrofia Congénita de Albright; Deficiência Mental; Atraso Global de Desenvolvimento; Paralisia Cerebral, surdez; Epilepsia; Paraplegia; Autismo; Paralisia Cerebral; Síndrome de Sanfilippo III; Hiperactividade; Défice cognitivo; Epilepsia; Síndrome de Lesch-Nyhan; Cardiopatia Grave; Trissomia 21; Multideficiência; Pé Bôto; Síndrome do Grito do Gato; Síndrome de X-Frágil; ou Síndrome de Pelazeuz e que através da sua participação do projecto tiveram evoluções muito significativas, ficam agora sem qualquer tipo de apoio. Pelo menos na reunião, realizada na Escola Afonso Paiva, na passada semana, não foi adiantada qualquer solução.
Recorde-se que o projecto, que envolve crianças das escolas e jardins-de-infância do concelho de Castelo Branco, desde o ensino pré-escolar ao ensino básico, tem sido implementado por Nuno Carreiro e Carlos Martins, docentes de Educação Física e especializados em Educação Especial nos domínios cognitivo e motor,
Na carta a que o Reconquista teve acesso, os pais e encarregados de educação mostram-se surpreendidos com a situação e não têm qualquer solução de apoio para os seus filhos e educandos. “Tratando-se de um projecto através do qual os nossos filhos ou educandos têm recebido um apoio imprescindível para a sua qualidade de vida, desenvolvimento e reabilitação psicomotora, não queremos acreditar que este apoio crucial desapareça ignorando os resultados obtidos pelas 25 crianças que dele têm beneficiado”, referem.
Apoio é necessário
Os pais acrescentam que dado tratar-se de um apoio muito especializado, que exige conhecimento científico, tempo para adaptação e reconhecimento das limitações e potencialidades da criança e até uma razoável compleição física por parte do prestador do apoio, consideramos que se não for dada continuidade ao trabalho desenvolvido pelo professor em causa, os nossos filhos e educandos perderão irremediavelmente qualidade de vida e as condições necessárias para a promoção da sua autonomia e desenvolvimento nas outras áreas educativas”.
A carta recorda ainda uma situação que se registou há algum tempo atrás, quando alguns pais quiseram transferir os seus filhos para a APPACDM de Castelo Branco. “Foram informados, na presença de docentes da Escola Afonso Paiva e de dois responsáveis pela DREC, da não aceitação dos seus pedidos, com o argumento de que a escola dispunha de recursos adequados e assegurava a continuidade dos respectivos apoios especiais necessários à integração e desenvolvimento das suas crianças (…) tendo até sido elogiado o projecto da área da psicomotricidade”. Por isso, mostram-se “incrédulos por sermos confrontados com a incoerência de decisões e o incumprimento dos compromissos assumidos”.
Num último parágrafo, os pais solicitam às entidades competentes “que seja assegurada a crucial continuidade do projecto, envidando todos os esforços necessários para que eventuais problemas de forma ou burocráticos, aos quais os nossos filhos e educandos são alheios, não se sobreponham aos efectivos interesses e direitos últimos de pessoas com necessidades educativas especiais”.
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