Rafael, de sete anos, que frequenta o 1º ano na escola do Chão da Parada, nas Caldas da Rainha e sofre da Síndrome de Asperger, perturbação do espectro do autismo, já tem acompanhamento no estabelecimento de ensino.
A falta de uma auxiliar nesta Escola já foi noticiada pelo JORNAL DAS CALDAS. Gil Pacheco, presidente do Conselho Executivo do agrupamento de Escolas D. João II, revelou que a Câmara Municipal das Caldas da Rainha contratou uma funcionária, através do POC (Plano Ocupacional de Emprego) para acompanhar o Rafael e para dar algum apoio às crianças que frequentam as actividades de enriquecimento curricular.
Gil Pacheco reconhece que não é uma situação estável mas garante que a nova colaboradora tem contrato com a duração de um ano. “O ideal era ter uma assistente operacional com o perfil certo, mas como a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) está a orientar para que se contrate através do POC, é preferível ter lá uma pessoa do que não ter ninguém”, sublinhou.
A mãe de Rafael, Mafalda Almeida diz que se reuniu no passado dia 26 com presidente do Conselho Executivo do agrupamento de Escolas D. João II e que ele lhe confirmou que a nova funcionária tinha sido contratada para dar apoio a Rafael. No entanto, a encarregada de educação continua com dúvidas porque tinha lhe sido comunicado que a auxiliar era para dar apoio às crianças das actividades de enriquecimento curricular.
Mafalda Almeida aguarda agora o desenrolar da situação, esperando que a nova funcionária contratada tenha a disponibilidade para acompanhar Rafael da melhor forma.
Rafael tem passado os dias na escola sem acompanhamento de um adulto que dê resposta à falta de autonomia para tarefas como ir à casa de banho, comer ou sair da sala quando revela maior cansaço.
A doença de Rafael “cria instabilidade na turma dentro da sala de aula, quando a professora se encontra a ajudar o aluno nos seus trabalhos ou nas suas ausências”, admite a mãe.
“Apesar das crianças terem feito uma boa integração do aluno na turma, gera-se um clima de indisciplina”, manifestou um grupo de encarregados de educação numa carta enviada à DREL.
“O meu filho precisa de ser acompanhado por uma auxiliar para ir à casa de banho, durante a hora do lanche e noutras tarefas de necessidade básica que impliquem a sua autonomia”, sustenta Mafalda Almeida.
“Ele não tem a noção de ter de comer e a professora também não pode levá-lo à casa de banho e largar as outras crianças na sala de aula. Precisa de alguém para estar ao lado dele porque há dias em que não faz absolutamente nada”, conta.
A doença de Rafael acaba por perturbar os colegas, reconhece a mãe. “Às vezes, quando se encontra mais fora da normalidade, precisa de sair da sala durante uma hora. A tendência é morder-se e escarafunchar o nariz. Acaba por deitar sangue e não ter a noção da própria dor ou ferimento”, indica.
Marlene Sousa (texto)
Carlos Barroso (foto)
JORNAL DAS CALDAS
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