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quarta-feira, outubro 14, 2009

Hacker britânico perdeu a luta contra a sua extradição para os EUA

gary mckinnon

O britânico Gary McKinnon, mais conhecido por “hacker do Pentágono”, perdeu a luta contra a sua extradição para os Estados Unidos. Foi-lhe recusada a hipótese de apelar junto do Supremo Tribunal britânico contra a decisão da sua extradição para os EUA, onde será acusado de ter entrado nas redes militares do departamento de Defesa norte-americano.

McKinnon, cujo “nickname” era “Solo”, é acusado pelos EUA de ter acedido, entre Fevereiro de 2001 e Março de 2002, a 97 computadores da agência espacial norte-americana (NASA), do Exército, da Marinha, do Departamento de Defesa e da Força Aérea, como o objectivo de – segundo a acusação – intimidar o Governo.

O “hacker do Pentágono”, que foi detido em 2005, admitiu há algum tempo ter acedido a partir do seu computador de casa, em Londres, às máquinas do Governo dos EUA, mas sempre negou ter causado danos nos sistemas. McKinnon admite que apenas estava à procura de informação secreta sobre Objectos Voadores Não-Identificados (ONVI), a sua obsessão.

O tribunal decidiu que o caso não levanta “pontos jurídicos de relevância pública geral”, necessários para que o processo possa ascender a uma instância superior.

Esta decisão põe fim a todas as hipóteses legais no Reino Unido de Gary McKinnon não ser extraditado. Os seus advogados admitem, porém, a possibilidade de recorreram ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, em Estrasburgo.

Ao anunciar a decisão do tribunal, o juiz Stanley Burnton, disse que a extradição de McKinnon “é legal e adequada” à sua alegada ofensa, cita o Guardian.

A mãe de McKinnon, Janis Sharp, disse que a decisão do tribunal é desprovida de humanidade. “Nenhum outro país do mundo ofereceria tão voluntariamente os seus cidadãos para serem os cordeiros sacrificiais dos Estados Unidos apenas para salvaguardarem a sua ‘relação política especial’”, indicou, citada pelo Guardian.

Karen Todner, advogada de McKinnon, disse que o julgamento está a ter um efeito “devastador” na saúde do homem de 43 anos. “Ele é um homem muito vulnerável, num estado muito frágil e isto é um enorme golpe para si e para a sua família”, acrescentou.

“Porque é que o nosso governo é desumano a ponto de permitir que isto aconteça a uma pessoa, sobretudo a uma pessoa que sofre de síndroma de Asperger (uma forma de autismo)? Este é um caso de perseguição a um indivíduo pelos Estados Unidos e, agora, pelo nosso próprio governo”, disse Karen Todner.

“O nosso tratado de extradição com os Estados Unidos é injusto e prejudicial para os cidadãos do Reino Unido e deveria ser repelido ou emendado imediatamente”, concluiu a advogada

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